I
Num dia a mais em
que o fazer se perde
perde-se também a minha alma.
Angustias partidas encontro
na última esquina
em que me espera a máscara
de bela adormecida.
II
Encostada, exata, inflexível,
Encantado o fixo tempo
das horas que passam…
Perpétua dor, fugidio fingido gozo,
toda carona rusulta
num retor a pé,
caminho pelas ruas
arratando minha cruz,
minha paixão.
III
Mastiga o osso, não é gata,
não é cão.
Mastiga o osso, não é liberdade,
não é servidão.
As mãos aquecem os braços
num gesto fetal entrecortado
pelo tragar vulgar de um cigarro.
IV
Maldita sejas tu entre as mulheres,
ateio sangue à eucaristia
interrompido estam os ciclos de Maria!
Dos licores que Cristo negou a Cezar bebo
depois cuspo e limpo a boca
de halito impuro.
V
Torno finalmente, vago tranquila,
paz cede-me o espírito,
tudo que resta é brisa.
...pliniopereiradesousa
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