Beije-me ele com os beijos da sua boca;
porque melhor é o teu amor do que o vinho.
(Cantares de Salomão, 1; 2)
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama.
Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
(Oswald Andrade, Manifesto Antropofágico)
Sobre o som do jazz beijava-me,
decifrava a cada escala minha silhueta,
as cavidades de meu dorso tomado,
cada ponto evidente de minhas vértebras
cifradas, acariciadas em intervalos regulares...
Dentes inquietos tocavam-se
machucando os lábios...
– mais doce é seu sangue que o vinho –
Embebedei-me, tornando a mim
mesma o pensamento sobre o som do jazz.
Libertei-me. Quando de repente desferiu-me o último,
quase que letal acorde... adormecido já
sobre o palco, luzes azuis em suas enormes mãos
e braços abertos. Ali estavam, no descontínuo
do jazz, dois cristos crucificados...
...pliniopereiradesousa 12-07-2011
1 comment:
Plínio,muito legal tudo que li aqui.Adorei o DNA dos seus poemas, são cheios de personalidade e tem uma estética vibrante, vejo movimento em todos eles. Deixo outras impressões em seu e-mail assim que puder.Bjs.
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